Matheus já não me cabe nos braços
e escapa-me vez em quando,
embora medo do escuro, cama molhada
e rastro de suco em bigodes ausentes.
Em noites rompidas por sonhos ruins,
vem com seus pijamas já curtos,
joelhos puídos de foliar-se ao chão
e fica a olhar-me há uns palmos abaixo de mim.
Travesseiro a postos e beicinho armado,
segue parolando baixinho
a escalar-me o colo até cá se instalar,
e entrega-se ao sono com cafunés e historinhas.
Já calça o 31. Tá comprido que só vendo.
Não me deixa mais dar-lhe banho
mas ainda consigo esfregar-lhe as costas
e pentear seus cabelos que já vão aos ombros.
Quer ser roqueiro, por isso os cabelos compridos.
Acha que já está crescido,
mas ainda lhe escapam palavras erradas
por grandes janelas entre os dentes de leite.
Está a espigar-se, o meu menino;
tão rápido quanto me chegam os anos.
Aos 5.
17 de junho de 2009
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