Era tão perto e tão meu,
que tudo à nossa volta fez-se leve,
como a música que passeava
em torno das nossas horas vadias.
Eu poderia ficar ali pra sempre,
segurando o tempo e velando a tua alma,
numa dependência serena e nua
das nossas desimportâncias.
Fazia-me amor de calafrios,
em tardes bentas de chuva.
E eu, a despir-me em desalinho
emaranhada nas inquietudes
dos teus carinhos desvairados.
A morrer de tanto viver....
Amuleto
2 de setembro de 2019
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