Meu belo poeta é meio menino, meio poeta.
Espalha versos ao longo dos caminhos durante o dia, e eu fico só a olhar. Todos os dias ele passa pela rua espalhando suas palavras, e eu fico só a olhar.
Bom mesmo é quando o menino-poeta para na minha porta pra me dar de presente um pouquinho das letrinhas que ele guarda em seu saquinho azul pendurado no ombro. É de lá que ele tira também um monte de estrelinhas e lança ao céu quando a noite chega. E o meu poeta nada diz.
Eu fico contando todas elas... porque sei que quando contar a última estrela, é hora do menino aparecer denovo na minha porta, me entregar mais alguns versos, e jogar mais um punhado de estrelinhas no céu. Mas o meu poeta nada diz.
Ah... eu não me importo com o seu silêncio. É menino de poucas palavras. Gosta mesmo é de usar as letrinhas do saquinho azul.
E quando ele chega perto de mim pra entregar os meus presentes, eu inspiro bem forte, abraço com todas as minhas forças todos os segundos que me restam, e nos escondemos num sorrisinho mudo e no segredo mais bonito. Os dois grudadinhos - olhar com olhar. Então ele vai embora, e novamente eu olho pro céu e começo a minha contagem, esperando vê-lo com o seu belo poetar mais uma vez... e denovo... e denovo... enquanto houver céu pra ele jogar suas estrelinhas!
Agora vou dormir, amanhã continuo a contar.
Parei na terceira constelação.
Meu Belo Poeta
15 de maio de 2007
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2 comentários:
Gostei, deixou a tristeza de lado!!
Lindo texto!!
Beijos!!
já não sei mais se lhe vale a pena esperar pela aurora.
saudades.
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