Houve um tempo, e não faz tanto, em que nossos olhos compreendiam até mesmo o que a boca não era capaz de dizer.
Houve um tempo, em que tudo estava em seu devido lugar. Éramos valentes, destemidos, sonhadores... E éramos heróis, no intervalo de cada respiração. Fazíamos tudo. Gostávamos da nossa festa, aqui e ali.
"Agora olha para mim". Você adorava me fotografar. E eu levantava os olhos, tímida, sorrindo pelo cantinho da boca. Amava o seu olhar sobre as coisas. Sobre mim. Sobre tudo.
Colorido ou preto-e-branco, flutuávamos no nosso mundo. Não me lembro de termos andado a menos de meio metro do chão. Era como se pudéssemos passar por cima do bem e do mal.
Mesmo com tantas partidas (eu entendia todas elas...), eram teus os braços do meu aconchego. Os abraços que sonhávamos eternos.
Não foi o tempo que nos traiu. Assim, àtoamente. Foi a espera, uma demora infinita... ou foi o relógio que parou bem no meio do caminho. Talvez aquele ponteiro enorme e imóvel tenha desabado sobre a nossa fraqueza. Não sei bem. Sei apenas que lutamos. Lutamos desesperadamente. Mas a nossa guerra, apesar de sangrenta, foi silenciosa demais, e acho que não conseguimos ser suficientemente loucos para ver até onde ela poderia chegar...
"Não sai ainda, amor... por favor".
Ah, que vontade de ficar, esquecer meu cansaço e amar-te noite adentro.
Mas eu saí.
Foi melhor assim.
1 comentários:
Aquela foto que tirou faz parte do passado. Uma lembrança daquilo que foi e uma motivação para o que será. Saber que o passado foi bom, torna o presente deveras excitante para o futuro que virá.
Nem sempre a foto fica no foco, lembre-se disso!
;)
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